O marco inicial do Edifício Mackenzie se deu no dia 16 de novembro de 1893, quando foram iniciadas as obras de construção do prédio. Em 12 de fevereiro de 1894, ocorreu a cerimônia de lançamento da “Pedra Angular” durante um marcante evento que reuniu autoridades, além da comunidade interna e externa.
As atividades do prédio começaram em 1896, quando passou a abrigar em suas instalações a recém-chegada Escola de Engenharia Mackenzie College – a primeira faculdade de engenharia privada do Brasil.
A utilização do Edifício Mackenzie pela Escola de Engenharia prolongou-se até 1951. Paralelo a isso, algumas salas eram utilizadas pelo diretor da Escola Americana e pela presidência Instituto Mackenzie.
Em 1952, a partir da criação da Universidade Mackenzie, a Reitoria passou a funcionar no térreo do edifício e ali permaneceu até 1997, quando se transferiu para o Edifício João Calvino.
Desde a década de 1990, o imóvel é tombado Patrimônio Histórico e Cultural de São Paulo pelo órgão estadual, Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico Arqueológico, Artístico e Turístico (CONDEPHAAT), e municipal, Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo (CONPRESP).
Em 1998, o prédio foi inteiramente desativado das funções que sediava e, nos anos de 2002 e 2003, passou por longo processo de restauro e readequação de uso. A reinauguração se deu em janeiro de 2004, no ensejo das comemorações do 450º aniversário da cidade de São Paulo, quando passou a ser reconhecido definitivamente como Centro de Memória e Cultura do Mackenzie.
John Theron Mackenzie nasceu em 27 de julho de 1818, na localidade de Phelps, estado de Nova York (EUA).
Ainda muito jovem, pretendeu ser professor, mas a morte precoce do seu pai obrigou-o a iniciar a carreira de advogado, profissão à qual se dedicou por mais de cinquenta anos, na região da maior metrópole estado-unidense.
Solteiro e sem filhos, presbiteriano e maçom, foi diversificando os seus interesses culturais e científicos, mediante a leitura de livros e periódicos que o inseriram, aos poucos, em círculos de ideias liberais e modernizantes.
Fascinado pelos conhecimentos da mineralogia e interessado na promoção da educação superior tecnológica, John Mackenzie teria lido textos de José Bonifácio de Andrada e Silva, cientista internacionalmente renomado e nosso Patriarca da Independência, de quem captou mais dados sobre o Império do Brasil e suas oportunidades. Por três vezes, preparou-se para visitar o país que o fascinava, mas nunca chegou a consumar o seu intento.
Nesse cenário de interesses e intenções, o advogado novaiorquino tomou conhecimento dos desafios da Junta de Missões Estrangeiras da Igreja Presbiteriana do Norte dos Estados Unidos, que diziam respeito à expansão da Escola Americana, em São Paulo, fundada pelo casal de missionários George e Mary Ann Chamberlain e, desde 1885, dirigida pelo médico e educador Horace M. Lane. Com a então recente criação do Protestant College, pretendia-se verticalizar os estudos, rumo a patamares de uma educação superior norteada por paradigmas cristãos e calvinistas, de cunho pragmático.
Colocado diante desse desafio, John Mackenzie decidiu destinar uma parte significativa das suas economias para a implantação de uma Escola de Engenharia, “capaz de ensinar a mocidade brasileira os modernos conhecimentos da tecnologia relacionada com o transporte ferroviário”. Isso aconteceu em 1890, quando o testamento foi assinado e as suas irmãs foram encarregadas de dar cumprimento ao seu desiderato. Os expressivos recursos legados por ele foram suficientes para a construção e instalação do prédio-sede da primeira Escola de Engenharia do Brasil, no segmento não estatal, no período de 1894 a 1896, no campus Higienópolis, da atual Universidade Presbiteriana Mackenzie, em São Paulo (SP).
John Theron Mackenzie faleceu em Nova York, em 17 de setembro de 1892, aos 74 anos de idade.
Foto: Murillo Medina
Foto: Murillo Medina
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