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Monumento Revolução de 1932

A Revolução Constitucionalista de 1932 foi um movimento armado ocorrido em São Paulo com o objetivo de derrubar o governo provisório de Getúlio Vargas e exigir a promulgação de uma nova constituição. Motivados pela insatisfação com as medidas centralizadoras e autoritárias de Vargas, líderes políticos e empresariais paulistas mobilizaram a população em uma luta pela restauração da ordem constitucional. A revolução contou com amplo apoio popular e envolveu diversos grupos de estudantes, intelectuais, empresários e trabalhadores.

A Universidade Presbiteriana Mackenzie teve um papel significativo na Revolução Constitucionalista de 1932. Durante esse período, o Mackenzie se tornou um centro de mobilização e apoio ao movimento. Vários estudantes e professores da instituição se uniram à causa constitucionalista e desempenharam um papel ativo na organização e mobilização dos revoltosos. O campus da universidade foi usado como local de encontro e ponto de partida para diversas ações, como recrutamento de voluntários e distribuição de materiais de propaganda e o ginásio foi utilizado como enfermaria.

Muitos estudantes e antigos alunos do Mackenzie se alistaram no Exército Constitucionalista, lutando nas frentes de batalha contra as tropas leais ao governo central. Apesar das dificuldades e da falta de apoio de outras regiões do país, as forças paulistas enfrentaram o exército federal por três meses, mas acabaram sendo derrotadas.

Dentre as baixas, contam-se 3 alunos da instituição: José de Andrade Junior, aluno de engenharia, Lauro de Barros Penteado, do curso de Engenharia Civil, e Reynaldo Cajado de Oliveira, engenheiro civil formado pelo Mackenzie em 1928. Os estudantes pertencentes ao Centro Acadêmico Horace Lane resolveram, então, homenageá-los. No ano de 1934 abriram um concurso e levantaram fundos para a construção do monumento que honra os colegas abatidos em combate.

O projeto de Atsushi Suzuki, do 3º ano de Engenharia Elétrica, foi o escolhido. A obra é composta por 3 pilares de granito esculpido e, sobre eles, um grande paralelepípedo, com dois brasões em bronze. Assim, em 16 de julho de 1935, o Monumento aos mackenzistas mortos na Revolução Constitucionalista de 1932 foi inaugurado. Nas palavras do poeta Guilherme de Almeida, que na época era estudante e foi encarregado pelo Centro Acadêmico para proferir um discurso na ocasião: “três fortes troncos de coluna a suportarem, inflexíveis sob essa arquitrave maciça e nobre, o peso enorme de uma épica responsabilidade. Estão os três robustos troncos como que afundados no solo. Quer dizer, o seu pedestal, sólido, firme, inamovível não é superficial; está enterrado, subterrâneo, protegido, a salvo de quaisquer profanações; está assentado aí em baixo, identificado com o nosso chão, bem no fundo, bem junto ao invariável coração da terra Paulista – o invariável coração que não esquece, o invariável coração que não transige.”

A revolução não teve sucesso em seus objetivos imediatos, mas a luta dos paulistas foi fundamental para pressionar o governo a convocar uma nova Constituição.  Ela teve um impacto político significativo, reforçando a luta pela redemocratização do Brasil e influenciando a promulgação de uma nova constituição em 1934. A data de 9 de julho, marco do início do movimento, é celebrada como o “Dia da Revolução Constitucionalista” em São Paulo.

Galeria de Fotos

Vista frontal, da Rua Maria Antônia

Foto: Murillo Medina / Acervo CHCM

Vista traseira, de dentro do campus

Foto: Louise Diório / Acervo CHCM

A inauguração em 1935

Foto: Acervo CHCM